9.15.2011

Surda mente, ouço eco.



To lida, agora, de meus segredos,
Por assim permitir confessá-los;
Me vitimizo em cômoda situação, 
Centro deste cenário,
Palco de sua imaginação.

O que não se disserta, certa vez, funcionou;
Hoje, versos, paralelos,
No infinito do abismo, eu, projeção.

     Não sei como, nem por onde, nem sei que sei. Aqui dentro, o silêncio me ensurdece. Análise e percepções. Alguma coisa existe, mas é triste a falta do não saber. Dói dizcorrer de sentimentos mudos.
    
O que se cala, não mais, fui.
Na tentativa da tradução, eco surdo.
Sem palavras,
Perdida em minhas próprias vontades,
Expressão do que falta,
Respostas.

     O mais engraçado de tudo, delírios, julgo, ter a vida resolvida. Nada me falta. Sou privilegiada de amor, amizade e graça, mas me resta a paz coerente. Conflitos nomeados, tempo a eles, angústias órfãs, eu.

No medo, me escondo,
No abismo, pulo,
Quando me falta, procuro dentro;
Solto, largo, encolho conchas;
Anulo a incoerência,
Na eloquência de ser, entendida.

     Sei que mesmo sem motivos, o buraco. Mas aqui, seu fim. No cavar do infinito, abrigo. Se a dimensão é essa, então que seja minha morada o projeto escuro dos delírios. A busca faz do entender: respostas. Eis que sou, eu de mim.

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