A pessoas rasas só sabem se relacionar com também outras rasas, e por isso sentem dificuldades de se entregarem aos relacionamentos profundos, porque nestes é exigido a fé, e se jogar é para poucos. Mas não as condeno não. Cada um merece ser e estar onde consegue viver. Só acho que estas pessoas deveriam ser sinceras ao ponto de se enxergarem e permanecerem na superfície, e lá ficarem.
Nós que gostamos do fundo, que nos entregamos, temos um pequeno problema, nós temos um coração doador, nós acolhemos quem chega, e as vezes nos enganamos com esses pseudo-aventureiros. E é nessa hora que tudo dá errado. Porque se a intenção deles fosse de fato aprender a se entregar, então nosso espírito acolhedor os ensinaria a ficar, mas não, eles não tem essa vontade. Eles querem apenas desfrutar de algumas braçadas, mas sentem saudades do raso, das memórias da terra, e as escondidas à elas voltam. Estas pessoas rasas quando se arriscam a viver mundos profundos, no fundo no fundo, vivem vida dupla, e nos transforam em pessoas pela metade.
Esse é o grande perigo! É estar com alguém que tira de você uma parte. É descobrir que o tudo na verdade foi em partes uma farsa! E então, você me questiona, tem algum problema alguém ser raso? Não, não tem problema. O único problema é misturar os mundos. Mas calma, não sou uma pessoa cética, muito menos um alguém que não acredita em milagres... Eu acredito que existam relacionamentos que superem essas dificuldades através do amor. Mas vejam bem, através do amor. Mas tem que haver sublime sentimento, muita força de vontade, companheirismo, base sólida, e acima de tudo, verdade! Porque se nenhum destes elementos existirem, serão tempos perdidos, pessoas enganadas e relacionamentos falsos.
Não sei quem você é, muito menos em qual mundo vive, não sei o quão disposto está e qual sentimento permeia o seu coração, mas faça uma autoanálise, e lembre-se sempre: há sempre dois mundos, e se não está disposto e/ou não consegue viver o outro, fique onde está, assim você evitará o sofrimento alheio, evitará ser uma pessoa pela metade, e se for dígino de um caráter bom, evitará enganar um coração que merece uma pessoa, não perfeita, ou rasa, ou profunda, mas inteira.