10.15.2013

Dois mundos

          

          Penso que escrever é libertar a alma, mas as vezes penso também em me contradizer por achar que palavras aprisionam tamanha imensidão. Não sei ao certo qual convicção devo seguir, e nesse parâmetro de duas verdades, me permito de tempos em tempos, irresponsabilidade; É gostoso o anonimato, é excitante o poder da viagem sem diários, sem relatórios, sem história narrada; É como viver o ópio do segredo; Porém, como em toda contradição, sinto falta da poesia, das rimas entrepostas às sombras do que foi vivido, do contorno que as letras dão ao percorrerem os fatos, os atos, e os sentidos. 
          Sou mesmo uma amante inconstante da arte, uma apaixonada vulnerável por me permitir viver a dualidade de ser corpo e alma; Mas mesmo com essa consciência quase translúcida, sofro punições. Sim, condeno-me quando não consigo decodificar meu universo, quando por falta de palavras, me sufoco sensações, e apesar do gosto prazeroso e irreverente de ter um mundo particular apenas em memórias sentidas, me vejo em partes, uma inteira traição. 

6 comentários:

  1. Vc está de parabéns. Tempos que nao lia algo tao profundo nesses blogs atuais. Vc mostra que ainda existem coisas boas neste mundo. Me tornarei leitor assíduo do seu espaço, e um fã em particular.

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    1. Obrigada e seja sempre bem vindo(a) =)

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    2. Obrigado a você. Por compartilhar suas belas palavras, e também por ser essa mulher tao linda que voce é pessoalmente.

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    1. Sim. Te admiro em segredo a algum tempo...

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  3. Genial Raianne. De verdade. Eu queria citar um trecho que mais gostei, mas não dá... Foi o texto todo.

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