Na verdade eu já tinha a minha própria filosofia a respeito desse assunto, e a metáfora que eu usava era de uma casa, onde os amores antigos seriam os quadros pendurados na parede, e os quartos, as novas oportunidades de amar. Eu via dessa forma porque sempre acreditei que as pessoas quando passam por nossas vidas mereciam nossas lembranças, e por isso eu as colocava nas paredes de minhas memórias, porém, deixando sempre os cômodos desocupados para quem estivesse chegando.
E, apesar de ainda gostar desta representação, confesso que hoje a vejo de maneira escura, assim como se vê um quarto de entulhos; Quando se guarda muitas lembranças em um só lugar temos a sensação de amontoar passados e cultuar velharias; Então quando vi a comparação de amores à espelhos quebrados, me senti traduzida e aliviada, pois pude guardar cada pedaço que um dia me de maneira mais clara.
Eu sou muito sentimental, e quem me conhece de perto sabe o quanto vivo o luto de cada perda, e o quanto sou amante das várias saudades, pois não há prazer melhor do que olhar para trás e sentir cada gosto de história vivida, virar as costas e ver que nada foi em vão, nem mesmo os erros. Acredito sempre que só podemos valorizar o hoje se tivermos a consciência de quem somos, e para sermos nós mesmos, foi preciso ter vivido, cada um à sua maneira.
Assim, serei um eterno brilhar, uma eterna contadora de histórias (afinal, todos que olharem nos pequenos cacos, verão reflexos de passados), mas para sempre, incógnita, pois sou fruto de probabilidades vividas e escolhas feitas, sou por dentro o mistério que se revela em cada parte quebrada.
Bem reais suas palavras
ResponderExcluirThank you...
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