2.23.2013
Além do crime
Seria mais um dia normal, Ele estava na porta da casa de sua namorada à sua espera, foi então surpreendido por um menino que o deu voz de assalto. Ele prontamente passou a chave de seu carro e permaneceu sem oferecer resistência. O menino não sabia dirigir um carro automático e tentou conduzir aquele carrão de maneira atrapalhada. Depois de alguns metros já percorridos, desceu do carro, voltou e deu três tiros no homem.
- Mas por que você matou?
(Silêncio)
- Você já não estava com o carro roubado? Por que não foi embora?
(Silêncio)
- O craque não era o que você queria? Não foi por isso que você roubou o carro?
(Silêncio)
- O que realmente você queria?
(Pausa)
Naquele momento a psicóloga parecia ter encontrado a questão chave do latrocínio.
Ele parecia conversar com sua própria consciência...
(Silêncio)
(Silêncio)
- O que você queria?
(Já mais confiante da pergunta)
- O que eu queria ele não podia me dar
(respondeu o menino instigado pela raiva de ter sido descoberto)
- Mas você já não estava com o carro?
(mais uma vez questionou a psicóloga)
- Eu estava com o carro, com aquele carrão, mas quando olhei no retrovisor, Ele ainda tinha cara de doutor, com relógio caro, roupa cara, e na porta de uma casa chique.
- Mas por que não voltou e roubou o relógio, a roupa...
- Dona, eu poderia ter roubado o relógio e as roupas mas no outro dia ele compraria tudo de novo, o carro o seguro daria outro, eu poderia tirar tudo dele e mesmo assim ele continuaria com cara de doutor, e isso me deu muita raiva, então eu o matei!
(Silêncio)
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