10.22.2013

Pessoas rasas


Quando você se relaciona com pessoas rasas, você na verdade se relaciona sozinha. Não tenha dúvidas! A pessoa diz estar com você mas na verdade ela só consegue ir até certo ponto, e as vezes não por maldade, mas por ser o limite dela. E então nós que gostamos do profundo, que mergulhamos e nos entregamos, corremos o risco de nos relacionarmos apenas com o projeto dessas pessoas, com as promessas delas, e na maioria das vezes com suas falsas companhias.

A pessoas rasas só sabem se relacionar com também outras rasas, e por isso sentem dificuldades de se entregarem aos relacionamentos profundos, porque nestes é exigido a fé, e se jogar é para poucos. Mas não as condeno não. Cada um merece ser e estar onde consegue viver. Só acho que estas pessoas deveriam ser sinceras ao ponto de se enxergarem e permanecerem na superfície, e lá ficarem. 

Nós que gostamos do fundo, que nos entregamos, temos um pequeno problema, nós temos um coração doador, nós acolhemos quem chega, e as vezes nos enganamos com esses pseudo-aventureiros. E é nessa hora que tudo dá errado. Porque se a intenção deles fosse de fato aprender a se entregar, então nosso espírito acolhedor os ensinaria a ficar, mas não, eles não tem essa vontade. Eles querem apenas desfrutar de algumas braçadas, mas sentem saudades do raso, das memórias da terra, e as escondidas à elas voltam. Estas pessoas rasas quando se arriscam a viver mundos profundos, no fundo no fundo, vivem vida dupla, e nos transforam em pessoas pela metade. 

Esse é o grande perigo! É estar com alguém que tira de você uma parte. É descobrir que o tudo na verdade foi em partes uma farsa! E então, você me questiona, tem algum problema alguém ser raso? Não, não tem problema. O único problema é misturar os mundos. Mas calma, não sou uma pessoa cética, muito menos um alguém que não acredita em milagres... Eu acredito que existam relacionamentos que superem essas dificuldades através do amor. Mas vejam bem, através do amor. Mas tem que haver sublime sentimento, muita força de vontade, companheirismo, base sólida, e acima de tudo, verdade! Porque se nenhum destes elementos existirem, serão tempos perdidos, pessoas enganadas e relacionamentos falsos. 

Não sei quem você é, muito menos em qual mundo vive, não sei o quão disposto está e qual sentimento permeia o seu coração, mas faça uma autoanálise, e lembre-se sempre: há sempre dois mundos, e se não está disposto e/ou não consegue viver o outro, fique onde está, assim você evitará o sofrimento alheio, evitará ser uma pessoa pela metade, e se for dígino de um caráter bom, evitará enganar um coração que merece uma pessoa, não perfeita, ou rasa, ou profunda, mas inteira. 

10.17.2013

Relacionamento de Almas


Alguns relacionamentos nascem sem o toque, sem o olhar... Mas, em nada deixam a desejar. As vezes temos encontros de alma, de mundos e de sonhos, e são esses os que de fato nos dão vida, traduzem o inexplicável, e nos possibilitam viver o amor ideal. 

Foi assim que aconteceu comigo e com ele. Éramos duas almas soltas a procura de um espelho, estávamos sedentos por um colo compreensível, por um encontro de paz e de amor, e por um único e breve instante, o mundo conspirou, as palavras sublimaram a essência, e a distância nos contemplou. 

Eu em um canto, ele em outro, nos encantamos, e a realidade parecia pouca para sustentar tamanho envolvimento. Eram conversas longas e as vezes silenciosas, eram momentos mágicos vividos em um mundo paralelo. Ele tinha o dom de me enxergar além, na verdade, ele despia minha alma, e apesar de parecer invasivo, eu me sentia bem, bem a vontade. Me entreguei a ele como nunca fiz a nenhum outro, a ele permiti a casa aberta. Ele era dono daquele lugar. 

Tínhamos vozes infantis, apelidos bobos, e códigos para escrever (como se não bastasse os mundos sobrepujados que já frequentávamos). Era um envolvimento que não se explica, e por infidelidade das palavras me traio nessa descrição um tanto quanto vaga. Eu e ele formávamos a improbabilidade, e essa realidade de viver uma magia, éramos amantes de um amor ideal. Sim, o amor da fé, da esperança, o amor do carinho, da amizade, da entrega sem cobrança, do amor que vence a distância. 

As vezes sou tentada a achar que por conta do destino, e dos outros sentimentos no meio do nosso caminho, o nosso se esfriou, mas foi trazendo à memória a nossa história, que pude voltar e enxergar o quão sublime foi tudo o que vivemos. Comecei a entender que encontros de alma são atemporais, e que sentimentos como os nossos não possuem termômetros, eles existem e ponto, independem das circunstâncias e dos relacionamentos paralelos. Nós até podemos ficar um tempo sem nos falar, mas quando há o encontro, e os reencontros, é como se o mundo todo parasse, e ele à sua casa voltasse. 

10.15.2013

Dois mundos

          

          Penso que escrever é libertar a alma, mas as vezes penso também em me contradizer por achar que palavras aprisionam tamanha imensidão. Não sei ao certo qual convicção devo seguir, e nesse parâmetro de duas verdades, me permito de tempos em tempos, irresponsabilidade; É gostoso o anonimato, é excitante o poder da viagem sem diários, sem relatórios, sem história narrada; É como viver o ópio do segredo; Porém, como em toda contradição, sinto falta da poesia, das rimas entrepostas às sombras do que foi vivido, do contorno que as letras dão ao percorrerem os fatos, os atos, e os sentidos. 
          Sou mesmo uma amante inconstante da arte, uma apaixonada vulnerável por me permitir viver a dualidade de ser corpo e alma; Mas mesmo com essa consciência quase translúcida, sofro punições. Sim, condeno-me quando não consigo decodificar meu universo, quando por falta de palavras, me sufoco sensações, e apesar do gosto prazeroso e irreverente de ter um mundo particular apenas em memórias sentidas, me vejo em partes, uma inteira traição. 

8.21.2013

Alguém?????


Não suporto mais!!!! Será que alguém consegue entender isso? 
ALGUÉM LÊ ISSO AQUI?????? ALGUÉM?????? 
Estou quase enlouquecendo, se não já na loucura óbvia! 
Não aguento mais!!!!!! Alguém por favor tira esse sentimento de dentro de mim!!!! 
ME DEVOLVAM A PAZ!
Não quero mais viver no conta gotas da alma, está insuportável viver mendigando suspiros!!!
Arranquem de mim esse trauma, essa memória, e me doem um novo coração! 
Eu tenho um outro amor, mas essa morada esta podre... eu preciso de ajuda!!!!!
Alguém????? 

Até quando?


É uma dor, um nó, um sufoco entalado;
E de tão antigo, um quase precioso bem de estimação. 
A gente vai curtindo, e em ambos sentidos, ele ganha proporção. 
Acomoda, vira cômodo, casa, e divide nosso lar. 
Nunca some, apenas dorme, e nas sombras, sua morada fixa. 
Então a gente se entrega, se perde, e fica vulnerável. 
Na espera, silêncio póstumo, marcas cobertas, frígidas;
Variável de forças que se enclausuram na pequenez,
E nesse contrassenso, sinto a volta do que nunca passou.  
O tempo ajuda,
A quem? 

7.12.2013

Mundo paralelo



Sou raiz de uma realidade que prende mas sublima;
Sou chão de uma morada que sufoca mas alicerça;
Sou o vislumbre da liberdade paralela.

As vezes me perco nos mundos em que vivo, e por horas brinco de não querer voltar. De vez em quando meu outro eu me presenteia, é uma troca que faço com a metade que liberto da morada que mora em correntes. Eu entro, ligo a luz e grito! Faço barulho, tiro do lugar toda velharia, e coloco em ordem a minha bagunça. Aqui, nesse lugar em que vocês me conhecem, sou sombra, sou lírica, sou reflexo do que está escondido. Mas lá, ah... que delícia é quando volto! Lá eu sou livremente livre! Confesso que as vezes dá medo de ir. Dá saudades, mas também dá medo. Lá tem tudo e de tudo, não falta absolutamente nada. 

Aqui o que vejo eu sublimo para minha casa paralela, então... meu mundo lá é muito grande. Grande e cheio de significados. Por isso, aqui, sou tão sensível. Aqui sou captadora, sou raiz que suga e extrai. Sou aquela que intercepta sentidos e se permite ser usada para que as percepções sejam retiradas. Tudo passa por mim, meu corpo bombeia sensações, minha mente projeta sentidos e então conecto através do meu o corpo a liberdade tão sonhada que paralela verdades em uma única dimensão de dois mundos. 

Eu gosto daqui, não estou reclamando, mas é tão raso, é tão pouco, tão plano. As pessoas daqui só falam das mesmas coisas, elas só enxergam o óbvio. Por isso, nem as convido para o meu mundo, o outro. Na verdade, tenho poucos convidados que conhecem minha segunda casa. Lá é restrito. Alguns já entraram, e aquelas que reconheceram um pouco da loucura de si próprio também gostaram, outros, apenas passaram. Por isso, nem as convido mais. Na verdade, hoje ele é quase secreto. Por isso, quando eu me canso do superficial, eu volto pra lá, volto para buscar fôlego, volto para brincar de viver.

Sou  feita de uma fortaleza subjetiva e sensível;
Sou tradução de dois universos;
Sou a perfeita contradição.





Queria até escrever mais, 
mas estou egoísta... 

  

6.05.2013

O significado delas...


Ah, como é bom recebê-las,
É surpreendente o efeito que elas tem.
São misteriosas e ao mesmo tempo encantadoras;
Quem às recebe, se perde em emoção.
Elas, quem em seu poder, tem a magia do encanto,
Nos coloca frágeis em desalinho,
E nos palpita o coração;

Para alguns elas são démodé,
Mas para mim, de essência fascinante.
Gosto dessas atitudes obsoletas, 
Elas são charmosas e bastante cativantes.
Quando se tem uma dessas em mãos,
Você sente o aroma dos sentimentos de quem às enviou,
É como apalpar o seu coração.

E depois falam que o romantismo acabou,
Penso que acabaram foram os interesses pelas pessoas,
Porque para tão graciosa atitude é preciso tempo;
E poucos o tem tido para si mesmos,
Por isso, quando elas chegam, você se maravilha,
Por ver que um outro coração parou tudo,
E colocou o tempo dele em suas mãos.

6.04.2013

O novo velho


Nas mãos, uma firmeza insegura;
Nos olhos, sonhos lacrimejados; 
No coração, sentimentos acorrentados;

Então você dá as mãos,
O sorriso chega ao olhar,
E o coração se desPrende, de novo.

Nos pés, futuro parado;
Nos lábios, vozes amordaçadas;
Na memória, planos vazios;

Então outros passos te encontra,
O silêncio canta à alma,
E no que dispensa palavras, novo registro.

Nos pensamentos, fuga;
No corpo, dores marcadas;
Nos joelhos, rendição inconformada;

Então você se perde no encontro,
A chama cura as cicatrizes,
Rendida, ao novo e velho amor, surpresa contemplada.

5.29.2013

Em desacordo


Vontade de escrever, não sei o quê, mas vontade...

Engraçado como as vezes a gente se perde na própria confusão. É como se nossas conexões fossem aleatórias e sem sentido, e nessa falta de nexo, há uma busca inconformada por explicações. Eu queria poder traduzir esse silêncio barulhento em minha cabeça, mas não consigo, em desespero, me ver.

As vezes eu sinto isso, na verdade, tenho mais pertubações do que convicções. Quando falo algo com veracidade, já me vejo contradição. E nessa de sempre pensar diferente, de repensar pensamentos em perspectivas, me vejo várias de uma mesma. 

Deve ser isso então... Pode ser que ultimamente tenho me atrevido às várias de Martinho, e portanto, à nenhuma de textos prontos. Quando escrevo, relato, confesso, e liberto o interior, mas HOJE, por ser essa uniformidade em desacordo, só sei que nada sei, de tantas vontades que sou. 

Compartilhando Cultura

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa

5.22.2013

Próximo...


- Eu tenho dessas coisas sabe, acho até que são manias...
- É inato, não controlo, só sinto; E não me peça explicações porque as vezes nem canções...
- O silêncio? pode ser... mas nem sempre...
- Na verdade conhece!!! Mas conhece pouco, o tanto que eu deixo. 
- Não consigo, é demasiadamente difícil...
- Já tentei, mas...
- Claro, um tanto quanto turvo, mas sim...
- Pode ser, concordo, não há...
- Foi... 
- Está querendo muito, não acha não?
- Isso já é segredo...
- Quem sabe um dia... de novo... novo... nova mente...
- Não, não quero nem pensar nisso...
- Eu sei, sei até além, e por isso fica tão complicado...
- Se eu espero? não...
- Quem sabe hoje... mas amanhã...
- Ah, isso já me agrada...
- Estou ansiosa...sonhando... Mas demora...
- Eu até gosto, e guardo... a... guardo...
- Parece que tudo tem um tempo certo não é mesmo?
- Se existe? Se alguém sabe... Se sabe... Saberíamos...
- Nunca mais!
- Não, não é ser forte, nem é prepotência... É apenas... 
- Ah, tudo bem, sim sim sim... rs
- Não, agora você entendeu tudo errado...
- Penso que... Ah, esquece... 
- Já falei demais!!! 

5.21.2013

Dupla Delícia!♥: Mais forte.

Dupla Delícia!♥: Mais forte.

Ah se eu fosse um pouco mais forte...
Se eu tivesse ficado de pé, firme, ao te ver ao invés de desmoronar, desarmar....
Se eu tivesse um coração congelado que não se derretesse com qualquer carinho...talvez eu ainda estivesse de pé, não teria me deitado, não teria horizontalizado nossa relação, minha reação.

Se eu fosse menos crente, mais incrédula e tivesse te dito NÃO na primeira vez não precisaria sentir o chão hoje.
Não, não estou prostrada. Foi apenas um tombo. Um belo tombo aliás.

Mas tudo bem, não me condeno (um pouco, às vezes ).
Se você fosse um pouco mais forte...
Se você tivesse pulso firme e me puxasse para perto de você, ao invés de sentir-se inseguro com coisas banais...
Se você tivesse sido mais forte, hoje eu não estaria me lembrando de você. Estaria vivendo você.
Se você tivesse verticalizado nossa relação e colocado Deus junto de nós...
Eu tentei. Mas ninguém faz nada sozinho.

Hoje eu vi (de tempos em tempos eu vejo)
Eu vi sua malandragem e eu, uma moça que romantiza o mundo
Parece uma combinação perfeita para um golpe da vida.
Mas se antes não fui tão forte, hoje me descubro muito mais segura.
Aquela segurança que a gente tem quando não gosta tanto. Aquela segurança de "mandar ir embora e voltar mais tarde porque, no momento, estou cansada".
Porque quando a gente gosta demais não quer ficar longe e não diz "não", não se impõe.
E aprendi, mulher "boazinha" só se ferra.
É complicado lutar contra quem a gente é, mas quando é por uma questão de sobrevivência a gente aprende.
Não sei por quanto tempo isso vai durar. Essa reviravolta dentro de mim.
Provavelmente apenas um dia. Mas, um dia de embaraço desse mundo, um dia de entrar nesse jogo já bastam pra me mostrar que consigo ser mais forte do que imaginava.
Aí, amanhã...mesmo sendo tranquila, leve e de bem com a vida, saberei usar o peso da decisão, o peso do não; saberei que se tive força para me levantar depois do tombo, tenho força pra continuar.

E serei forte pra ver você sumindo de mim, de minha mente, de meus sonhos...
Serei forte para sufocar esse sentimento até que ele morra.
Parece drástico?
Você já me virou as costas faz tempo na segurança de que eu o assistia e esperava.
Olhe agora! Não estou mais lá.

Texto de Renata Marra

4.16.2013

Entrelaçada

     
Posso até não ter formação espírita, mas sou tão espiritualista que vivo o dom das ligações da alma. 
São encontros que parecem se repetir, são pessoas, que de alguma forma, já conheci. 
Não estou aqui fazendo apologia a nenhuma crença, a não ser a minha... 
E no que eu acredito, todas e nenhuma religião explica. 

Esses dias visitei um lugar e me deparei com almas afins, 
foi um encontro do novo de corações antigos. 
Me senti parte do desconhecido, 
me vi família do inesperado, 
e na volta, fiz laços com a distância. 
Foi algo que me tirou o raciocínio, e invadiu minha razão; 
É uma situação onde nenhuma afirmação se encaixa, 
São teorias de hipóteses vazias, 
que provou o que apenas é, simples assim. 
     Ganhei amigos que de uma certa forma já eram meus, 
e no meu coração, o espaço do vazio se preencheu. 
Esse buraco tinha nomes, eu apenas não os sabia... 
E hoje, ah... hoje me sinto completa e entrelaçada com as minhas almas.  

4.02.2013

Protest



Sometimes the nothing has a point,
And the unsaid words gets the loudest voice;
This predictable nonsense,
It's a weaknesses strength
that caught us from inside out,
And makes our silence, a weapon.

Nothing better than a quiet torment,
Cause the only to support will be your own soul;
So, be able to speak to yourself,
and let the unspoken feelings be
your most valuable challenge protest.


3.28.2013

Chocolatemos a ressurreição


A páscoa se tornou "batida", não sei se por ser uma data que se repete, ou se por desvalorização de seu significado, o fato é que falar dessa data é preciso e de extrema importância. Sim, precisamos nos ater ao seu real sentido pois há muitos mortos que precisam aprender a lição de como e porquê ressuscitar. É muito bonito falar de Jesus, um homem de caráter ilibado, de natureza santa e atitudes coerentes, mas não queremos trazê-lo para perto, não queremos intimidade, apenas tietagem; Afinal, "ele" nos proporciona alguns dias de folga no calendário; Mas você sabe ou se importa saber o motivo dEle ter vindo? Se não, tão pouco entenderá o por que de ter ressuscitado.

Jesus veio para nos dar exemplo, para ser o guia, o caminho, e nos mostrou que mesmo o pecado matando nossa alma, podemos com Cristo receber um novo sopro de vida, mas não estou falando de morte natural não, porque sobre essa nem me atrevo a escrever, falo da que nos aprisiona todos os dias, daquela que nos faz refém dos pecados que já nos foram perdoados. Incrível como algo que já está resolvido ainda consegue nos afugentar. É, o pecado por si só já não tem mais efeito de morte, mas a condenação que colocamos sobre nós mesmos tem matado a esperança e a vontade de prosseguir. Temos sido acometidos de medos e vergonha, e as atitudes "erradas" parecem ser maiores do que o perdão da confissão. Mas o que o pecado tem com tudo isso? Não estamos falando de páscoa? Sim, por isso mesmo. Precisamos nos conscientizar de nossa natureza pecadora apesar de não termos mais o preço da condenação. E Jesus veio para e por isso.

Ele levou sobre si as nossas dores e transgressões, e nos ensinou que a morte deverá ser para nós mesmos porque à que tanto tememos, Ele já resolveu por nós. Morrer para nós mesmos é nos livrar do egoísmo vaidoso e da carência sugadora; É pensar mais no outro e menos em nosso próprio umbigo, é entender que estamos aqui por um propósito e não de férias ou de passagem, e para tanto, temos um motivo para viver. Só que essa morte é complicada, ela é difícil e acreditem, é mais dolorosa que a natural, porque morremos por consciência e por oferta. A ressurreição então é a garantia de que há vida sempre depois dela, e que na verdade a recompensa por essa morte, é a então vida eterna.

Muitos falam de eternidade como algo a se alcançar, mas é muita incoerência pensar assim, pois o eterno não tem começo nem fim, ele é. Então somos e estamos na eternidade, e a vida é o sentido e a luz da consciência de estarmos já nesse propósito; Muitos vivem mortos, e é por isso que precisamos ressurgir todos os dias. Jesus em todas as suas atitudes nos deixou exemplos, e esse não seria diferente. Se somos seus imitadores e sua criatura, por que não nos projetarmos na cruz? Por que seguir achando que a páscoa é apenas uma história de um alguém distante? Uma história bonita, comovente mas que acaba em chocolate? Será que somos tão cegos assim? Mas, Ele muitas vezes disse: quem tem ouvidos, ouça. E precisamos mesmo. A verdade está ai amigos, ela é, mas estamos tão preocupados em não morrer e durar para sempre, que a verdadeira vida está morrendo dentro de nós, e apesar disso, nem sequer importamos em renascer.

Uma excelente páscoa a todos, e que seu verdadeiro significado e exemplo não apenas nos emocione, mas nos impacte ao ponto de convertermos nosso pensamento e nossas atitudes. Sejamos ressurretos, afinal, Jesus venceu a morte por nós, e nos deu vida em vida. E já que Ele nos ensinou a cear com os irmãos (e se o chocolate é o prato que nos faz reunirmos e estarmos em comunhão), chocolatemos juntos essa data então, com a motivação de nos alegrarmos pela festa da cruz que liberta, e não somente celebrarmos a comida com o fim em si mesma.

3.21.2013

Apenas canto


Canto, pensamentos musicais;
Penso, canções sentimentais;
Melodias secretas, minhas, entre linhas...

Desde ontem a música ocupa os meus pensamentos, não uma música qualquer, tampouco nenhuma específica, apenas música. Tenho sentido um alvoroço musical, tenho me percebido sons. Me pego versando letras e sorrindo canções. Não sei se me sinto feliz ou se sou a felicidade encarnada, o fato é que tudo vira música, e ela tem sido meu radar. Na verdade sempre fui sua discípula mas ultimamente tenho me "encatado" sinfonias. 

Acordemos harmonias;
Sejamos o arpejo cantado dos sentimentos;
Um permitir música, um viver de sons.

Compartilhando Cultura

"O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é capaz de traições, de conjuras e de rapinas".
William Shakespeare
"A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição".
Aristóteles

3.20.2013

Paradoxo


hauwhdbdn dudjbewd njuweneif CONTRA
jnxsnjksnfjksdnfjsdnfjs ADIÇÃO
jsncfhisjfdknvkv

Muito se fala de máscaras, mas pouco se entende de conflitos. Eu mesma já me delonguei muito sobre esse desvio de caráter que tanto reflete os dramaturgos anônimos, mas há de se entender que a desordem consciente de si também pode causar contradições comportamentais. Qual seria então o respaldo para os julgamentos que fazemos a respeito do outro? Bom, prefiro adiantar que ter um conhecimento mínimo não é apenas importante mas essencial. Sim, porque só podemos realmente afirmar tendências e vícios comportamentais se fizermos parte desse relacionar. 

Alguns sentem prazer em se camuflar, desenvolvem a esperteza e a perspicácia com intuito de venderem melhor seu peixe. Pescadores de almas alheias, que por desencargo de culpa devolvem ao mar o resto mortal de seu desejo (alguns quase inteiros, mas sempre, sempre muito machucados).  A esses, digo com propriedade e direito de causa, meu eterno pesar, sim, meus pêsames porque apesar de viverem cada dia um novo espetáculo teatrado, não passam de mortos que vivem do sugar alheio. 

Não é o caso daqueles que sofrem com a inconstância e não dela, daqueles que de tanto sofrer já não conseguem mais prosseguir, de tantos que ficam a mercê de seus medos, dos grandes incongruentes humanos. Esses não, esses já não suportam a incoerência, esses se definham na exposição, se machucam no antagonismo, porque apesar de forçarem um sorriso, não passam de prisioneiros traumatizados. Para esses, minhas compaixões. 

Apesar dos julgamentos, das preferências e preterições, entendo que ambos são acometidos de alvoroço e desordem, ambos são tentados com influências boas e más, porém uns usam e outros são usados. Em que me revolto então? Contra adições virais de comportamentos esquematizados e planejados. Somos confusos por natureza, somos dia e noite por imposição, somos presente de passados que projetam futuros, fato. Mas não podemos nos utilizar dessa vulnerabilidade real para desestabilizarmos nosso próximo, é feio e desumano. E então, fica o questionamento do por que da maioria sorrir,e da minoria chorar... Contradizendo minhas próprias palavras, adiciono então um pensar: Talvez por desespero existencial na busca da sobrevivência, muitos aprendem a ser palhaços de si mesmos por tentar, pelo menos externamente, rirem de suas próprias fraquezas, enquanto o pequenos artistas teatram lágrimas-vítimas manipuladoras da compaixão alheia. 

lskfmdsknckdmckd 
sdasdmaksndjasndjkansdakjsdna ADICÃO
okdkasndjkasndjsandjasndjasndjasndjansjdnjasd CONTRA





3.19.2013

Sufoco poético


O que escrever quando se quer falar mas não se sabe o quê?! 
Às vezes sinto contradições poéticas, sinto vontades inexplicáveis;
É uma sensação de confusão, é um desejo de traduzir o abstrato. 

Me reconheço inspirada, tenho desejo na composição, mas não sei do que falar;
É uma sombra lírica, um borrão poético, uma nuvem anônima que condensa mas não transborda;
E nessa de tentar descobrir o que ainda não sei, aprisiono sentimentos que buscam a liberdade.


3.14.2013

De repente, Amor.



Minhas confissões revelam meu coração,
Minhas atitudes, minhas convicções,
No que transpareço realidade,
Sonhos acordados.

     Como é bom viver o improvável, é um sentimento de espanto e admiração; É uma curiosidade perplexa porém amorosa daquilo que não se conhece mas se importa em saber. Essas atitudes são consideradas precursoras do filosofar, mas me atrevo a acrescentar como característica também imprescindível para o ato de amar. Sim, o amor requer disposição e interesse em se posicionar ao outro com dúvidas amistosas na entrega do se conhecer. É uma condição voluntária de atração, é uma infinita especulação que gera dependência em torno do mistério.
     De repente, aquilo que não se sabia nem se esperava vira realidade sonhada. Como explicar o inexplicável? Como a"creditar" no inesperado? Como viver a certeza da surpresa? Confesso que o importante é não saber, é estar entregue à falta de dogmas e bagagens, é desfrutar o novo do mesmo em cada dia. É viver o sonho que se realiza em relacionamento acordado. É se perceber bobo, é se ver fruto do acaso premeditado, é se reconhecer, amor.

3.08.2013

Apenas sinto...



As vezes me irrito com as palavras, na verdade, me irrito quando delas me torno refém. Adoro ter o domínio do que escrevo, me liberto quando transporto seletivamente minhas opiniões... mas, me sinto usurpada e traída, quando por motivos óbvios, a escrita não contempla a tradução de meus sentimentos. É uma sensação de sufoco e palpitações, é uma realidade que não consigo definir, é uma angústia por não poder explicar aquilo que só se sabe existir.

Até arrisco, não me deixo vencer fácil. Rabisco, rascunho, tento-me, fracasso. Mas mesmo enfrentando dificuldades, me sinto privilegiada, porque até nos momentos de mordaça poética, protejo-me seguro esconderijo. Se bem que o grande destinatário nem precisaria de todos esses ensaios, porque aquilo que penso esconder, pela falta de explicação, está intrigantemente estampado.



2.27.2013

A vocês, meu segredo!



Gostaria de dedicar esse texto-confissão aos leitores assíduos do meu livro-vida. A vontade de escrever sobre esse assunto partiu da demanda de "elogios" que tenho recebido quanto à superação ao longo de minha "pequena" jornada.

Eu nunca lidei muito bem com o esconderijo, e até quando me tento a ele, faço de maneira escandalosa. Não sei viver à sombra de minha própria vida, não consigo enclausurar meus sentimentos. Já tentei, mas confesso que não é meu forte. Engraçado como os outros tem dificuldades de lidar com pessoas como a mim. Falo isso porque sou sempre criticada, sempre indagada e as vezes até confrontada. Mas sou assim. Eu falo, eu escrevo, eu dou sempre um jeito de me tornar entendida, vista e na berlinda de análises. Por algum tempo até pensei estar errada mas ultimamente tenho recebido os frutos positivos disso. Entendam, não é sair por ai colocando outdoor ou cartazes do tipo: venham, em cena hoje, minha vida! Não não, nada disso, mas é se permitir ser você mesmo, com alegrias e tristezas, amor e ódio, acertos e erros, desnudado de convenções. 

Estou apenas generalizando um pouco aqui meu estilo de ser para entenderem o propósito dessa dissertação. Ultimamente tenho recebido mensagens do tipo: você tem sido uma inspiração pra mim! Você não sabe o quanto sua história tem me ajudado, principalmente por ver como reage as próprias dores! Você é mais forte do que pensa... entre outras. E então percebi que no meu caso tem valido a pena ser como eu sou, tenho encontrado destino no que passo e no que transmito. De repente, o que vivo está sendo útil como esperança para tantos que se encontram perdidos em si mesmos. 

Não é novidade a ninguém que tenho tido algumas decepções amorosas, e a última experiência quase me tirou o equilíbrio mental. Eu não sou nenhuma santa, muito menos vítima, mas fico por entender a capacidade desumana de certos seres que respiram. Eu surtei (do entendimento científico psicológico), surtei mesmo! Vivi uma inconstância existencial e até cogitei morrer para os outros já que dentro de mim não havia mais vida. Só que graças a Deus, o Pai me tem, e roubando a frase de uma grande amiga: devo ser o xodozinho dEle. Porque nunca vi tanto cuidado com alguém como Ele tem por mim. 

Sempre fui muito questionadora de mim mesma, e sempre expus esses questionamentos, sempre amei muito e sempre externei essa condição. E hoje vejo que não foi em vão. As vezes eu ficava me perguntando... Deus, mas por que comigo? Por que de novo? Eu não dou conta mais, eu já não consigo prosseguir. Me sinto pior do que José, porque comigo também sempre tem como piorar mas pelo menos José tinha fé e eu oscilo tanto na minha. Que sentido tem tudo isso? Por que comigo sempre acontece dessa maneira drástica?... E foi olhando para dentro que passei a ser vista.

Deus tem um chamado para todos, Ele tem promessa, Ele tem propósitos mas Ele precisa trabalhar nosso caráter, e enquanto Ele trabalha nesse processo, a energia é dissipada aqueles a nossa volta. A cura não está no resultado acabado da felicidade e sim na capacidade de superação em Deus enquanto momento de luta. Sabe, eu achei que eu fosse virar pó dessa vez, e a humilhação passou de virtude para insistência. E então percebi que o momento ápice da dor foi a oportunidade que tive de refazer minha vida, mais uma vez.

Eu sou tentada a odiar, mas o amor que é Deus em mim me provoca a permanecer firme (mesmo que em desequilíbrio momentâneo) na essência de ser filha dEle. Não me envergonho das vezes que fui atrás, dos momentos que questionei o por quê da rejeição (totalmente sem explicação), e não me sinto ofendida por me chamarem de coitada pelas costas... porque eu apenas fui eu mesma, verdadeira com o que sentia e fiel às minhas convicções. Eu nunca deixarei de acreditar no amor, mesmo que hoje em dia há mais máscaras do que rostos. Nunca exilarei o próximo de meus afetos por conta de vampiros existenciais que conheci. Não, não... eu estaria sendo mais uma egoísta, e me colocaria ao patamar desses que comercializam sentimentos. 

Quando converso com pessoas que sabem da minha história, levo a elas sempre a ingenuidade (mesmo que sofrida) de esperar pelo grande amor. Calma calma, o príncipe não existe, mas acredito fielmente que ainda há pessoas que amam por refletir o amor de Deus, e até escrevi esses dias sobre isso:
"Engraçado como tem sido deturpado a verdade de amar o outro como a si mesmo. Precisamos entender a ofertar aquilo que de mais sublime temos recebido pela graça e bondade do nosso Deus. Ele, tendo nos amado primeiro nos ensinou a enxergar esse amor em nós mesmos afim de que pudéssemos transmití-lo ao próximo. Mas as pessoas tem amado a si mesmas não pelo reflexo divino e sim pelo ego narcisista! Esse amor é egoísta e só gera dívidas. Porque um egoísta não ama, ele empresta sentimento. E Deus disse que nos finais dos tempos o amor se esfriaria... É, caminhamos nesse processo de ver menos de Deus refletido e mais de umbigos carentes e famintos. Entender a tudo isso é até fácil, apesar de horroroso, mas amar com a concepção certa e não ver os frutos desse amor, intriga, pelo menos a mim, o porquê de tamanho sentimento não alcançar, por si só, os corações já tão frios e mortos. Será culpa de quem oferta (à sua maneira) ou de quem não reconhece sublime presente? Bom, na dúvida, se não conseguimos de fato amar da maneira certa, então que sejamos, pelo menos, eternos apaixonados pela motivação de tentar.

Então a vocês que desistem, a vocês que guardam mágoas, a vocês que não superam a rejeição... cuidado! Vocês correm um grande risco de serem os futuros egoístas. Jesus pagou o preço por nos amar, e apesar de não termos dívidas por esse ato, somos criaturas à sua imagem, somos seus imitadores, então quem disse que teremos o privilégio de amar apenas a quem nos ama? Quem disse que será fácil? Quem foi que te iludiu? Hollywood? Tenha santa paciência né?!  Você foi ferido? graças! Foi abandonado? graças! Foi traído? graças! Sim, agradeça pelo privilégio de poder ser na vida dessas pessoas o reflexo de Cristo! Não crucifique seus devedores, mas carregue sua cruz e morra para seu próprio orgulho. Só se deixa ser machucado quem vive o presente com os olhos do passado, por isso... Saiba: A alegria se renova cada manhã porque é pra frente que se anda... um dia de cada vez...

                                                                                    E hoje, aqui, meu melhor de ontem!

                                                                                             Obrigada amigos pela inspiração.

2.25.2013

Foi apenas uma curiosidade


- Oi?
- Olá?
- Desculpa mas, posso entrar? Olá?
  E então a falta de uma resposta convidativa me fez caminhar com sentimentos de invasão. Eu realmente queria, na verdade precisava, conhecer aquele lugar. Fui invadindo aquela névoa escura, que pouco me permitia enxergar, e que por vezes me constituía surda, na eminência de finalmente encontrar.
  O que eu estava procurando propriamente eu não sabia, pelo menos ainda, mas definitivamente fazia meus pensamentos refém de uma curiosidade sem fim.
- Olá? Olha, eu fui entrando porque vi a porta aberta e...
  Pausei a frase que saia subitamente em forma de satisfação, já não sabia se estava mais louca por adentrar um lugar desconhecido ou por conversar sozinha em tom de explicação.
  Não sabia mais o caminho de volta e isso me impulsionava a continuar, aquela escuridão, que até ecoava meus pensamentos, de repente me cegou! Uma luz forte, e demasiadamente branca, pôs fim a jornada, e naquela aflição por tentar abrir os olhos, finalmente no momento em que eu poderia ver alguma coisa, me fez sentir um desespero por saber o claro estando ainda no escuro. De olhos fechados, ainda tentando me acostumar com a claridade, percebi não estar só e me senti ironicamente a vontade.
  Me forcei um silêncio por não me permitir outra loucura, porque se de fato eu não estivesse só, o outro louco se comunicaria. Algum tempo se passou, e no abrir dos olhos me enxerguei estranhamente refletida nas paredes daquela sala cheia de espelhos. Havia ali uma poltrona requintada no topo de um degrau (única elevação disponível) e de resto, eu mesma.
  Fiquei na espera de alguma figura que merecesse sentar naquele lugar de destaque, mas o tempo só revelou minha frustração. Então, movida pelo sentimento de "pecado" porque na altura do campeonato eu já nem sabia mais a referência de certo ou errado, sentei naquele tão exuberante assento.
- HAHAHA
  Gargalhei
- Vamos agora entrevistar ela: uma pessoa disponível para o conhecimento.Essa pessoa, que em insana razão se encontra racionalmente louca.
- HAHAHAHAHAHA
  Racionalmente louca... Falei comigo mesma, já em tom baixo, como se eu estivesse comentando algo alheio a mim. De certa forma, o que eu tinha dito foi uma forma de me concentrar naquele absurdo sem perder o controle de minha consciência. Mas, eu já me percebia louca. Meus Deus, louca...
- Louca?
- É, só pode ser, porque para entrar aqui sem ser chamada...
- Mas eu queria conhecer esse universo...
- Universo? Em que mundo você vive? Não há universo minha querida, há percepções. Aquilo que você concebe, então é.
- Aff, então eu vim aqui para descobrir que nada sei? Para saber que o vazio e o abstrato é tudo o que eu preciso?
- Calma, calma, você parece confusa!
  Meu Deus, que loucura é esse lugar.
  Falei em pensamento para evitar a continuação do diálogo, ou monólogo, já nem sabia mais. Quase que em sensação de desmaio, fui deitando naquela poltrona, cansada e indisposta a raciocinar.
- Não mãe, hoje não vou não...
  Falei de súbito ao acordar. Nossa, eu dormi? Será? Ou apenas entrei em estado de delírio? Bom, tudo o que eu sei agora é confuso, e tudo o que está embaralhado parece ser real. Ah, se eu pudesse nem ter entrado. Preciso sair daqui, esse lugar está matando minha consciência.
- Seu inconsciente domina quando seu raciocínio parece fugir do seu controle, "minha cara".
  Disse uma voz suave, convidativa e pertinente.
- Oi?
  Foi tudo o que consegui expressar. Naquele momento eu já não poderia discernir nem mesmo se era eu ou outra pessoa a falar.
- Você não está louca, você apenas invadiu sua própria mente, e aqui, tudo o que você faz gera reflexo, e o tudo que você não faz também.
- An? Como assim? HAHAHA
  Soltei uma gargalhada em tom de descrédito e desconforto.
- Então eu entrei em minha mente? E por que ela está tão quieta? Por que ela não revela meus questionamentos? Por que não posso desfrutar dos conhecimentos guardados na memória? Por que...
- Minha jovem, se você existisse apenas pela existência mental, onde você e você mesma bastasse, tudo o que conhece como verdade, simplesmente não seria. É impossível um único órgão funcionar se a ele não existir demanda, e essa sala só está vazia e clara porque você se ausentou de seu mundo externo-real. Sem influência do que se percebe fora daqui, o aqui passa a não existir.
- Mas e você?
- Sou o seu inconsciente.
- E por que não me respondeu antes?
- Porque eu estava tentando achar a porta de entrada dessa loucura toda.
- Para você entrar eu preciso sair?
- Sim, a gente apenas coexiste enquanto você estiver viva, mas se aqui continuar, morrerá. Eu corri para esse encontro a fim de evitar tamanha tragédia, mas sua morte está me enfraquecendo. Vá antes que morramos juntas.
- Me desculpa, tudo bem então, não sabia o mal que eu estava causando a nós... Mas, por onde volto? Me perdi nesse lugar.
- Entre em um dos espelhos, se você tivesse tido a curiosidade de se perceber apenas olhando em um deles, veria o que sua mente vê! A saída e a resposta de todas as suas dúvidas, você no mundo!
  E olhando para eu mesma, no reflexo daquela sala mental, sai de minha própria loucura.

2.23.2013

Além do crime


Seria mais um dia normal, Ele estava na porta da casa de sua namorada à sua espera, foi então surpreendido  por um menino que o deu voz de assalto. Ele prontamente passou a chave de seu carro e permaneceu sem oferecer resistência. O menino não sabia dirigir um carro automático e tentou conduzir aquele carrão de maneira atrapalhada. Depois de alguns metros já percorridos, desceu do carro, voltou e deu três tiros no homem.

- Mas por que você matou?
(Silêncio)
- Você já não estava com o carro roubado? Por que não foi embora?
(Silêncio)
- O craque não era o que você queria? Não foi por isso que você roubou o carro?
(Silêncio)
- O que realmente você queria?
(Pausa)
Naquele momento a psicóloga parecia ter encontrado a questão chave do latrocínio.
Ele parecia conversar com sua própria consciência...
(Silêncio)
(Silêncio)
- O que você queria?
(Já mais confiante da pergunta)
- O que eu queria ele não podia me dar
(respondeu o menino instigado pela raiva de ter sido descoberto)
- Mas você já não estava com o carro?
(mais uma vez questionou a psicóloga)
- Eu estava com o carro, com aquele carrão, mas quando olhei no retrovisor, Ele ainda tinha cara de doutor, com relógio caro, roupa cara, e na porta de uma casa chique.
- Mas por que não voltou e roubou o relógio, a roupa...
- Dona, eu poderia ter roubado o relógio e as roupas mas no outro dia ele compraria tudo de novo, o carro o seguro daria outro, eu poderia tirar tudo dele e mesmo assim ele continuaria com cara de doutor, e isso me deu muita raiva, então eu o matei!
(Silêncio)

2.21.2013

Luto à melancolia


Algum Freudista de plantão? 

Nesse silêncio agressivo, 
Me objeto, 
Me "superapego",
Me imPulsiono ego; 
Fragilizo minha imagem na emoção. 

Objetivo o inverso da fonte,
Suicido o libido,
Em hemorragia vivo,
Minha conversão.

Reflito o eco narciso,
Perturbo a estima,
No contra-senso Freudiano,
Me permito ilusão.

Fecho em mim a busca da proteção do ego, busco na volta do eu ideal a superação do objeto morto, e nessa percepção secundária, luto-me uma nova vida. É, até o sofrimento tem explicação, ou pensa-se ter. Não quero nesse diário aberto "e-luz-se-dar" apenas conflitos pessoais, quero me sentir comum a você. Sou mais uma que sofre os dessabores da perda, sou uma comum que sabota o sofrer e vampiriza a dor, uma outra igual por narcisar o ego e por vezes alimentá-lo em paranoias.

Não perca-se pela falta de visão sobrepujada, não morra em si mesmo, porque até a sua "depressão" faz parte de uma queda segura daquilo que se supervaloriza. O problema é viver nos extremos, o difícil é voltar a amar-se depois de uma renuncia objetal, e froids (rs) é ser narciso do seu próprio ego.

Se você já teve alguma desilusão, bem vindo! Há estudos sobre você. E aqui, mais do que contar um fato verídico, ou confessar sentimentos, quero afirmar que te entendo. Minha história é cheia de exemplos, mas quem vos fala nesse momento é um alguém que por amar os porquês e psiquês, busca nos conflitos, uma maneira superável de viver.

Todos nós, fora do campo psicoanalítico, temos no comportamentalismo uma maneira de escolher ceder ou influenciar, então seja sua morada, pelo menos, a conveniência da sobrevivência. Não se permita morte, mas morra para aquilo que te escraviza. Seja autor de si mesmo, porque no mínimo, seu sofrer será uma pulsão para o superego, e no máximo, o reflexo de um narciso vivo que ironicamente ecoa.    



2.20.2013

Complique-se



Engraçado como as definições a respeito de nós mesmos vão mudando de acordo com a conveniência de nosso próprio alter ego. Para alguns somos uma tábua rasa, um papel em branco a ser escrito de acordo com as experiências do meio; Para outros, somos dotados de características inatas, percepções e saberes que nos acompanham naturalmente e que se evolui de acordo com as fases; E outros muitos nem se importam em se questionar.

Difícil se posicionar ou defender uma teoria que reduz nosso comportamento à definições, complicado estabelecer uma coerência expressiva a cerca do complexo eu, e nessa de tentar se entender, seremos eternos caçadores de nós mesmos, já dizia o grande poeta Milton Nascimento. Somos aquilo que desejamos, somos donos de nós mesmos, somos produto do nosso próprio umbigo; Forte isso não? Mas como pensar diferente se projetamos o outro a partir do que entendemos que é certo ou errado.

Nessa de brincar de ser rebelde às convenções, faço uso do que questiono para sabotar meus próprios devaneios. É muito amplo falar de quem somos, porque para se perceber parte é preciso se entender um, e confesso que olhar para dentro dá medo. Sou complexa, funda, e três. Esse corpo que vos expressa, submete-se à alma e obedece ao Espírito. Essa alma porém, sofre os danos do corpo e luta contra o Espírito, enquanto Ele, que manda em tudo, abdica-se de sua autoridade a fim de ser racionalmente percebido e então, respeitado. Que loucura para uma pessoa só.

Sou conscientemente louca, sou a perfeita complexa, sou para sempre a eterna incógnita. E, no que sobrepujo confusões, reflito verdades. Sim, verdades porque não sou única, sou apenas a coragem daqueles que as vezes pela inércia perceptiva não se permitem contradições e contrariedades. Bom, vamos sair um pouco dessa viagem? Porque apesar de tantos delírios casualmente raciocinados, só se enxerga quem abre os olhos da percepção, e apesar de tanta insanidade de definições, um louco nunca usaria de sua loucura para se observar.

Isso tudo apenas para dizer que o que é raso é reduzir, é se estabelecer padrões; Inato é ser complicado e sem resposta. Ser você mesmo? Graça e milagre de um Alguém de três que apenas nos ensina a equilibrar e sermos coerentes na complexidade de nossa alma e Espírito em um corpo que pouco vive. Seja objeto de si mesmo, perceba-se, e assim terá menos tempo para promover o que te desagrada do outro. Sobrará a você a consciência de que seu próximo é outro ser que perambula em confusões, e quem sabe assim, você terá mais compaixão daqueles que tanto ferem o umbigo que você se recusa a saber para que existe.

2.17.2013

A menina e o Pássaro encantado - Rubem Alves


Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…

 Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…
E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.

 Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.
Mas chegava a hora da tristeza.

 Tenho de ir  dizia.
 Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…
— Eu também terei saudades  dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.

Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”
Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…

 Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não aguentou mais.
Abriu a porta da gaiola.

 Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…
 Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…

E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.

 Que bom  pensava ela  o meu pássaro está a ficar encantado de novo…
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.

 Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah!
Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.


2.12.2013

Paz em conflitos



Então o que é ter coerência se o certo é seguir na contramão do mundo? O que é ser razoável se a fé nos impulsiona a crer no que não se vê? Me diga você! Preciso entender como prosseguir na convicção de que o tudo errado pode ser o certo, preciso aprender a descansar no momento em que lembrar de esquecer me torna refém do passado que vive no fim. Alguém pode me ensinar a prudência das atitudes e a sabedoria do silêncio? Será que um dia conseguirei fazer com que minhas convicções espirituais se revelem em práticas? Nesse conflito de ser duas em um mesmo corpo me enlouqueço. Minh'alma e espírito brigam por um também de dois... que de tanto oscilar se multiplica em vários que em nada se parece com o um que conheci. Me tento a continuar olhando para o alvo que só se esquiva da flecha lançada.

E ouvir que nem tudo que está dando certo é certo e nem tudo que dá errado deixa de ser certo me condiciona a prosseguir insanamente sã. Crer é até consolador, mas se permitir silêncio em processos, onde a alma grita por socorro e as atitudes quase ganham vida própria é um desafio. Se você já passou por situações parecidas, se já precisou seguir convícto de que o errado também faz parte do propósito... então me ajude. A inconstância é inversamente proporcional a fé, e para tanto, preciso não mais olhar para a água, não mais me permitir afundar mesmo depois de uma palavra de Deus, mesmo depois de um: vem e anda! Não posso mais ceder ao que vejo, nem me entregar a vaidade da decisão. Se você apenas amar Isaque... Deus o requerirá! E então será necessário muita fé para ter fé.

Como então amar a Deus acima de todas as coisas na prática? Como amar o próximo sendo ele seu principal motivo de dor? Como obedecer os processos? Não, não... não me venha com respostas prontas de que é preciso vigiar, orar, jejuar... porque isso é para quem crê! Quero saber o que fazer quando a fé passa a ser questionada, quando ela se torna um divisor de: ou ande sobre as águas ou afunde nelas. Quero saber quando a oscilação compromete a saúde, a alma e questiona o Espírito.

Se você sempre foi constante, me ensine! Porque tenho vivido pela misericórdia, impulsionada a questionar, essa minha condição medíocre de uma cristã que por crer de mais na promessa se perdeu nela. A graça que me permite continuar me constrange a somente crer. Crer que a fé não me responderá à luz de meus anseios mas ao cumprimento da vontade perfeita do Pai. E se tudo precisou dar errado para que eu esteja dentro desse propósito, então que meus conflitos sejam pelo menos o combustível que me conduzirá à falta de respostas necessárias para que confiar seja verdadeiramente pautado naquilo que não vejo mas espero.

Quanto a sua ajuda, apenas ande junto comigo porque nessa vida fomos chamados para que o testemunho sirva de consolo e esperança. No momento, angústias de processo de um alguém comum que conflita como você. E a resposta para tudo isso? Não há remédio mediatista, nem tão pouco uma solução instantânea, mas há um Deus que cura através da dor. Um Deus que nos permite sofrer o dano de nos esvaziarmos de nós mesmos para que Ele cresça, e finalmente propiciar o bom e agradável amanhã. Se seu Isaque também precisou ser sacrificado, lembre de se questionar onde estava seu coração. Quem sabe... a caminhada até o sacrifício seja o  grande momento de conversão e Isaque um mero instrumento...

E se a sabedoria que almejo, a prudência que busco e toda a constância paciente está propositadamente embutida no conflito, então que seja o questionar minha morada, meus psiquês espirituais minha resposta à permanência livre que me torna refém da presença de um Deus que tudo sabe e inteligentemente nem tudo revela. Um bom caminhar a todos nós. Que a briga constante da carne contra o Espírito seja apenas o despertar de uma consciência: Somos eternos conflitos humanamente ambulantes, mas que essa disputa apenas nos tire da inércia terreno-espiritual e nos conduza à paz em meio a tantas guerras.

1.15.2013

Vivendo o mesmo novo


Então a gente finalmente entende o significado do grande paradoxo que nos faz seguir em frente andando sempre em círculos...  Os anos que passam, avançam em torno de si mesmos, e nessa de voltar ao início de tudo, seguimos avante, ao novo sempre de novo.
É gostoso poder sentir progresso no retrocesso, 
É rejuvenescedor crescer, 
É mais do que sentir, 
É viver!

Então a gente aprende que o amor é dádiva, é ouro e é graça... Aliança de consciência, que gira em torno do amanhã de todos os dias. E nessa de viver seguindo, me repito amor; Na volta do sentimento, guardo ciclos que me forjam  passos. Dados que rolam no espaço.
É prazeroso viver o renascimento do que nunca morre,
É gratificante a contradição dos mesmos,
É sabor em sentimentos,
É música de silêncio,
É início que repito,
em segredos,
Eu.